Dentro de dias celebra-se o aniversário do nascimento da Beata Alexandrina; por isso eu hoje vou falar um pouco dela e a propósito dela. Em concreto, vou falar da Consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, que ela pediu e que o Papa Pio XII realizou em 31 de Outubro de 1942.
Em finais do séc. XIX, tinha o mundo sido consagrado ao Coração de Jesus – e a basílica poveira tem certamente alguma coisa a ver com isso; agora pedia o mesmo Jesus que ele fosse consagrado ao Coração Imaculado da sua Mãe.
Convém lembrar que, na teologia católica, à Mãe de Deus é atribuído o papel mais importante: tendo dado à humanidade o Filho de Deus, Ela encontra-se no centro do plano salvador por Ele concretizado.
O primeiro pedido para essa consagração vem de 1935. A Igreja atravessava então na Espanha um momento muito difícil, que iria degenerar em guerra civil.
Confidenciava Jesus à Alexandrina que o que ali se verificava podia alastrar facilmente ao mundo e que era indispensável a intervenção da sua Mãe para suster a calamidade. E a verdade é que a guerra ganhava em breve dimensão mundial.
“Só Ela lhe poderá valer”, afirma taxativamente o Salvador: só Ela, a sua Mãe, poderia valer ao mundo.
Como disse, a Consagração ocorreu em 31 de Outubro de 1942. A Guerra Mundial estava em marcha e prometia: o Eixo somava vitórias: o centro da Europa estava todo sob o domínio de Hitler, o ataque japonês ao Porto das Pérolas datava de havia um ano.
Por essa altura, travava-se luta muito dura no Norte de África, particularmente a oriente, pelo acesso europeu às fontes do petróleo. Essa luta iria terminar com a vitória aliada em Alamein, no Egipto.
A Consagração terá mudado alguma coisa no vasto teatro desta guerra a que nenhuma anterior se igualava?
Há uma frase de Churchill que diz que até Alamein os aliados não tinham obtido nenhuma vitória, mas que depois não tinham sofrido nenhuma derrota. Ora isto é muito importante, por Alamein coincidir aproximadamente com a Consagração, pois significa que até à Consagração os aliados não tinham tido vitórias e que depois não sofreram derrotas. E esta Consagração destinava-se também a suster a guerra.
Na minha fraca pronúncia inglesa, eis a frase de Churchill, que eu só conheci muito recentemente: “Before Alamein we never had a victory. After Alamein we never had a defeat”.
Mas convém também ouvir o que um notável teólogo italiano afirmou sobre a consagração a que me venho a referir. O nome dele é Gabriel Roschini e “chamou à consagração da humanidade ao Imaculado Coração de Maria, em 1942, a maior honra que alguém pode imaginar”. “Ela é a mais alta manifestação do culto mariano”, afirmou.
Como se sabe, desde muito cedo, antes de 1935, Jesus anunciou à Alexandrina que iria fazer nela “grandes coisas”. Isto num tempo em que o seu nome era muito pouco conhecido. Era conhecido em Balasar e certamente nalgumas freguesias em redor e mesmo aqui um pouco na Póvoa, mas não mais.
É preciso também ter em conta que a tarefa de convencer o Papa a realizar a consagração era enorme: como é que uma camponesa paralítica, a viver num estreito quarto desde há dez anos, havia de mobilizá-lo para um acto destes?
O mundo não é Portugal, ou a Europa ou a Rússia. É a Terra toda. Mas mobilizou-o.
O que tenho estado a dizer são factos e algumas deduções. Mas as deduções estão muito próximas dos factos…
Um dia que a Póvoa reconheça todo o alcance deste feito vai certamente prestar uma grande homenagem a esta sua conterrânea, que nasceu e viveu em Balasar.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
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