Recordemos duas frases já referidas:
O Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai David. Ele reinará na casa de Jacob pelos séculos e seu reino não terá fim.
É curioso notar como entra aqui o nome de David. Segundo as profecias, o Messias devia ser da descendência deste rei. Seria Maria descendente de David, que vivera mil anos antes – um espaço de tempo maior do que aquele que nos separa de Afonso Henriques? Se ela não é, como afirmar que Jesus é dessa descendência, se ele é filho de Maria e do Espírito Santo.
Entra aqui José. No mundo judaico, a paternidade biológica não era importante. Por isso José será o pai de Jesus. O pai efectivo. Vai ser assim naquele episódio da ida de Jesus ao Templo, aos onze anos. “Teu pai e eu andávamos à tua procura”, dirá Maria. É por José que Jesus é filho de David… E como David reinou sobre a Casa de Jacob, sobre o povo hebraico, também Jesus reinará, por direito familiar ou dinástico.
Um dos grandes heróis da vida de S. Lucas – pois não esqueçamos que estamos a lidar com o Evangelho de Lucas – foi S. Paulo. Ao ouvirmos as palavras do anjo que definem o estatuto de Jesus, lembrámo-nos facilmente dalguns textos das cartas do Apóstolo dos Pagãos, em que ele atribui títulos a Jesus que não vêm da tradição hebraica, como Ele é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura.
S. João chama-Lhe a Palavra (do Pai) e o Cordeiro de Deus; o Apocalipse declara-O o Alfa e o Ómega.
Mas voltemos então ao texto de S. Lucas:
Maria perguntou ao anjo:
- Como acontecerá isso, pois não conheço homem?
Em resposta o anjo disse-lhe:
- O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; é por isso que o menino santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.
Serenamente, agora Maria pede uma explicação, razoável. E ela vem esclarecedora e avançando o anúncio.
Quando o anjo diz que “o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra”, lembra um pouco o que se lê num dos versículos iniciais da Bíblia: “O Espírito de Deus pairava sobre as águas”. O Espírito criador de Deus.
Há aqui como que um recomeço da obra criadora, de uns novos Céus e uma nova Terra.
S. Lucas, a concluir a narrativa da Anunciação, faz-nos ouvir estas palavras de Maria:
- Eis aqui a serva do Senhor. Aconteça comigo segundo tua palavra!
E conclui:
E o anjo afastou-se dela.
As palavras de Maria ao assumir-se como “serva do Senhor” causarão estranheza a algumas pessoas. Serva é escrava. Mas se nos lembrarmos do salmo que diz que o amor de Deus é eterno e que “é eterna a sua misericórdia”, começamos a ver que aquelas palavras têm um significado que não é o que lhe atribuiríamos à primeira. Ser serva do Senhor é entregar-se-lhe em total confiança, “porque Ele é bom!” Depois, Ele que faça o que for melhor.
O episódio de facto tem alguma continuação no mesmo evangelho de S. Lucas, mais à frente.
Quando Isabel saúda Maria, declarando-A a mais bendita das mulheres e bendito o fruto do seu ventre, Maria irrompe num cântico de gratidão e de alegria que se continha já naquela frase em que se assumia como “serva do Senhor”:
A minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito rejubila em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva.
Eis que de agora em diante me chamarão feliz todas as gerações, porque o Poderoso fez por mim grandes coisas: o seu nome é santo.
Isto é belíssimo. Uma espada trespassar-Lhe-á o coração, mas Ela confiará sempre, esperará sempre. O seu Senhor nunca Lhe falhará, e todas as gerações têm obrigação de A reconhecer como bem-aventurada.
E depois de manifestar a sua gratidão, Maria tece o louvor do Deus de Israel, que é o Deus que se revela a todos os povos:
A sua misericórdia passa de geração em geração para os que o temem.
Mostrou o poder de seu braço e dispersou os que se orgulham de seus planos.
Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
Encheu de bens os famintos e aos ricos despediu-os de mãos vazias.
Acolheu Israel, seu servo, lembrando-se da sua misericórdia, conforme o que prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.
Mais que um manual de bons costumes, a Bíblia é afinal um manual dos mais excelentes costumes.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
A Anunciação no Evangelho de S. Lucas I
Como estamos caminho do Natal, vou apresentar hoje uma muito breve introdução à leitura dos Evangelhos. E faço-o com vista a falar, na próxima vez, dum texto do Evangelho de S. Lucas.
Há uma carta de Cícero, escrita em 60 a.C., que começa assim: primum, ut opinor, euangelia. Podíamos pô-la em português assim: em primeiro lugar, segundo penso, os evangelhos. Mas os evangelhos aqui são as boas notícias. É porém esta a palavra que 100 anos mais tarde vai dar nome às narrativas da vida de Jesus Cristo, principalmente da sua vida pública, morte e ressurreição.
A primeira boa notícia do cristianismo era esta: Ele ressuscitou. Claro que a seguir vinha a pergunta: Quem é Ele?
A resposta obrigava a recuar, obrigava a contar: que fez Ele, como morreu? Mas também justifica que dois dos evangelhos canónicos não digam nada sobre a infância de Jesus: os apóstolos não a acompanharam. A questão da infância é posterior. Um evangelho parece assim que devia começar do fim para o princípio: ressurreição, vida pública, infância.
Quando foram escritos os evangelhos? Porquê? Para quem? Os evangelistas ter-se-ão isolado cada um na sua casa ou no seu escritório e redigido aí as suas narrativas?
Os evangelhos surgiram como resposta a necessidades práticas das primeiras comunidades cristãs. E surgiram quando as primeiras e mais creditadas testemunhas começavam a desaparecer. Antes, ouviam-se e repetiam-se, agora era preciso registar por escrito.
Quem foi o primeiro?
Parece que se pode dizer que o primeiro foram dois, S. Mateus e S. Marcos.
S. Mateus, que foi apóstolo, ter-se-á antecipado a reunir uma colecção de palavras de Jesus. Uma grande ideia! Ficavam registadas por escrito e registadas por uma testemunha credível. Mas isso ainda não era um evangelho como o entendemos, não era uma narrativa. Mas era um bom começo.
O primeiro a organizar uma narrativa estruturada, que contava a vida pública de Jesus, desde o seu ensino na Galileia, no Norte, até à sua morte e ressurreição, a Sul, em Jerusalém, foi um discípulo de S. Paulo e de S. Pedro, S. Marcos. Este é que é o primeiro evangelho em sentido próprio. Posteriormente, a obra de S. Mateus foi adaptada a evangelho, certamente por alguém abalizado.
Já temos assim dois evangelhos. O terceiro é o de S. Lucas, o meu preferido. S. Lucas, como S. Marcos, também não foi apóstolo; como S. Marcos foi discípulo de S. Paulo. A sua narrativa tem algumas características muito próprias. Uma delas é que não escreveu só um livro, mas dois: o evangelho e os Actos dos Apóstolos. E afirma explicitamente que se documentou com o maior cuidado. Além de responder à pergunta Quem é o Ressuscitado?, mostra também a Igreja em expansão, aquela Igreja que Jesus fundou. Como o Evangelho de S. Mateus na forma definitiva, também o de S. Lucas contém uma narrativa da infância.
S. Lucas, que era particularmente culto, abre o evangelho com um prefácio breve. É aí que escreve:
Muitos já tentaram compor a história do que aconteceu entre nós, assim como nos transmitiram os que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da palavra.
Depois de acurada investigação de tudo desde o início, também a mim pareceu conveniente escrevê-la (…).
Muitos, não só portanto os evangelistas que conhecemos. Também de notar a menção das testemunhas oculares.
As primeiras comunidades cristãs floresceram nas margens do Mediterrâneo: Palestina, Síria, Ásia Menor (actual Turquia), Alexandria (Egipto), no mundo mais propriamente grego, em Roma, etc. As narrativas evangélicas de Mateus, Marcos e Lucas certamente foram em breve repetidamente copiadas.
O Evangelho de S. João esse só surge bastante mais tarde, no final do primeiro século ou princípio do segundo.
É curioso que nenhum destes evangelhos se revela inútil: o seguinte vai sempre um pouco mais além que o anterior. Por isso, as preferências de muita gente vão para o último, o de S. João. E realmente há lá páginas extraordinárias.
Há uma carta de Cícero, escrita em 60 a.C., que começa assim: primum, ut opinor, euangelia. Podíamos pô-la em português assim: em primeiro lugar, segundo penso, os evangelhos. Mas os evangelhos aqui são as boas notícias. É porém esta a palavra que 100 anos mais tarde vai dar nome às narrativas da vida de Jesus Cristo, principalmente da sua vida pública, morte e ressurreição.
A primeira boa notícia do cristianismo era esta: Ele ressuscitou. Claro que a seguir vinha a pergunta: Quem é Ele?
A resposta obrigava a recuar, obrigava a contar: que fez Ele, como morreu? Mas também justifica que dois dos evangelhos canónicos não digam nada sobre a infância de Jesus: os apóstolos não a acompanharam. A questão da infância é posterior. Um evangelho parece assim que devia começar do fim para o princípio: ressurreição, vida pública, infância.
Quando foram escritos os evangelhos? Porquê? Para quem? Os evangelistas ter-se-ão isolado cada um na sua casa ou no seu escritório e redigido aí as suas narrativas?
Os evangelhos surgiram como resposta a necessidades práticas das primeiras comunidades cristãs. E surgiram quando as primeiras e mais creditadas testemunhas começavam a desaparecer. Antes, ouviam-se e repetiam-se, agora era preciso registar por escrito.
Quem foi o primeiro?
Parece que se pode dizer que o primeiro foram dois, S. Mateus e S. Marcos.
S. Mateus, que foi apóstolo, ter-se-á antecipado a reunir uma colecção de palavras de Jesus. Uma grande ideia! Ficavam registadas por escrito e registadas por uma testemunha credível. Mas isso ainda não era um evangelho como o entendemos, não era uma narrativa. Mas era um bom começo.
O primeiro a organizar uma narrativa estruturada, que contava a vida pública de Jesus, desde o seu ensino na Galileia, no Norte, até à sua morte e ressurreição, a Sul, em Jerusalém, foi um discípulo de S. Paulo e de S. Pedro, S. Marcos. Este é que é o primeiro evangelho em sentido próprio. Posteriormente, a obra de S. Mateus foi adaptada a evangelho, certamente por alguém abalizado.
Já temos assim dois evangelhos. O terceiro é o de S. Lucas, o meu preferido. S. Lucas, como S. Marcos, também não foi apóstolo; como S. Marcos foi discípulo de S. Paulo. A sua narrativa tem algumas características muito próprias. Uma delas é que não escreveu só um livro, mas dois: o evangelho e os Actos dos Apóstolos. E afirma explicitamente que se documentou com o maior cuidado. Além de responder à pergunta Quem é o Ressuscitado?, mostra também a Igreja em expansão, aquela Igreja que Jesus fundou. Como o Evangelho de S. Mateus na forma definitiva, também o de S. Lucas contém uma narrativa da infância.
S. Lucas, que era particularmente culto, abre o evangelho com um prefácio breve. É aí que escreve:
Muitos já tentaram compor a história do que aconteceu entre nós, assim como nos transmitiram os que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da palavra.
Depois de acurada investigação de tudo desde o início, também a mim pareceu conveniente escrevê-la (…).
Muitos, não só portanto os evangelistas que conhecemos. Também de notar a menção das testemunhas oculares.
As primeiras comunidades cristãs floresceram nas margens do Mediterrâneo: Palestina, Síria, Ásia Menor (actual Turquia), Alexandria (Egipto), no mundo mais propriamente grego, em Roma, etc. As narrativas evangélicas de Mateus, Marcos e Lucas certamente foram em breve repetidamente copiadas.
O Evangelho de S. João esse só surge bastante mais tarde, no final do primeiro século ou princípio do segundo.
É curioso que nenhum destes evangelhos se revela inútil: o seguinte vai sempre um pouco mais além que o anterior. Por isso, as preferências de muita gente vão para o último, o de S. João. E realmente há lá páginas extraordinárias.
A propósito da Corrida de Cavalos n'"Os Maias"
Os Maias têm um subtítulo que diz “Cenas da Vida Romântica”. De facto, apesar de o romance ser já pós-realista, a sociedade portuguesa era ainda romântica e havia de continuar a sê-lo. O Romantismo ajustou-se bem ao sentir popular, pois valorizava-o com as suas tradições, com os seus monumentos, com a sua língua, não hostilizava a religião, etc. Por isso a atitude romântica perdurou muito para lá dos limites que habitualmente se estabelecem a este período artístico. Daí também o subtítulo do romance.
Os Maias de Eça não são uma história de gente vitoriosa; pelo contrário, são uma história de gente que vai pouco à luta e se deixa vencer. Já para perto do seu final, Ega diz para Carlos, o protagonista: “Falhámos, menino, falhámos”.
Ninguém escreve uma história tão longa de derrota se não se sentir também derrotado: Eça havia de integrar em breve o grupo dos Vencidos da Vida. E não se esqueça que no grupo estava Oliveira Martins, que consumaria o suicídio depois de uma anterior tentativa falhada, e que Antero se suicidaria pela mesma altura, e até Camilo.
Sendo assim, não há que admirar que globalmente a obra seja de orientação negativa, pessimista. E é.
E por isso não vejo que seja obra especialmente aconselhável para a juventude. E não será aconselhável também pelo seu tamanho e dificuldade.
Vou-me fixar agora num seu episódio que em certo sentido é esclarecedor do derrotismo que o perpassa, o da corrida de cavalos.
Eça conta uma corrida de cavalos que decorre em Lisboa, para os lados de Belém, que na altura era um lugar muito despovoado. Foi aí, nas proximidades do Tejo, longe da cidade, que os organizadores, o Jockey Club, encontraram o mais aceitável espaço para improvisarem o seu hipódromo.
Está-se por 1876 e Portugal estaria a dar os primeiros passos no desporto entendido em sentido moderno, chamemos-lhe o desporto de massas. Um clube desportivo como o Sport Lisboa e Benfica vem de umas décadas mais tarde.
Talvez Eça pretendesse evocar a primeira corrida de cavalos feita em Portugal em moldes desportivos europeus. De facto, ela é sempre avaliada por comparação com o que se faz lá fora. E da comparação sai-se muito mal. Lá fora neste caso é a França e a Inglaterra, onde as pessoas eram muito mais ricas, tinham roupas adequadas para um evento destes, os prémios deviam ser mais atraentes, os cavalos de muito mais qualidade, os hipódromos bem preparados para o efeito. Havia uma tradição de corridas. Por cá as pessoas vão às corridas com roupas de missa ou desadequadas por outras razões, o hipódromo é pelintra, as bancadas são pelintras, os cavalos são fracos, chega a haver uma corrida de um só animal. Um fracasso.
Mas seria possível fazer melhor à primeira, numa Lisboa de poucas posses?
Eça não tinha necessidade de expor esta miséria nacional nas páginas do romance; fê-lo porque quis veicular através dele a sua perspectiva derrotista sobre o nosso atraso.
Mas há pior: fica-se com a sensação de que o país era incapaz de organizar um evento do género. Ou, alargando a perspectiva, de que era incapaz para o desporto. Isto não é gratuito, pois o que está em causa é justamente o desporto moderno, de massas.
Ora isto é falso: nós tivemos recentemente o Figo, temos o Ronaldo e o Mourinho, figuras de topo do desporto em qualquer lado. E já tivemos a Rosa Mota e o Eusébio, o Joaquim Agostinho e o Carlos Lopes. E somos bem capazes de organizar uma boa corrida de cavalos.
Quando chegamos à conclusão de que o autor falhou, passamos a distanciar-nos dele, a pôr-nos numa atitude de não-aceitação passiva, o que é muito desejável. Foi esta a atitude predominante do próprio Eça, que tantas coisas pôs em causa.
Alguns ouvintes poderão estar a pensar que estou a tratar um pouco mal o romancista poveiro. Mas não, basta lembrar A Cidade e as Serras, onde ele toma uma atitude oposta à d’Os Maias, de valorização do que é nacional.
E não foi só em relação a este episódio que Eça falhou muito. Que dizer, por exemplo, do modo como a figura feminina é tratada no romance ou do modo como aborda o tema da educação?
No 95º aniversário da Prof.ª Eugénia Signorile
Entre os estudiosos da Beata Alexandrina, a Prof.ª Eugénia Signorile é hoje o autor mais antigo e o mais produtivo. E completa, no próxima quarta-feira, 95 anos.
Lembrando-a, lembro também todos os que escreveram sobre mesmo tema, e que são já muitos: é uma corrente de escrita em que se fala sempre duma poveira. O P.e Mariano Pinho foi o primeiro, depois o P.e Humberto Pasquale, depois vários outros, quase sempre estrangeiros.
Curiosamente, quem procurasse as obras de Eugénia Signorile não encontrava quase nada: ela, agora, e, antes, em colaboração com o marido, atribuíram sempre a autoria dos livros à Beata Alexandrina. O P.e Humberto Pasquale também já tinha começado a fazer assim.
A Prof.ª Eugénia define-se como uma mineira que procura pedras preciosas nos escritos da nossa Beata e compõe com elas livros sucessivos. Já se vê aqui a razão de não assumir a autoria deles.
Antes de falar desses livros, convém recordar que ela e o marido, o Prof. Chiaffredo Signorile, ensinaram em Milão, no Liceu Beccaria: eram professores de Matemática e Física. Quem diria que se iam tornar autores de livros de mística?
Foi em 1964 que o P.e Humberto que os levou a dedicarem-se à Beata poveira. Veja-se como a Prof.ª Eugénia evoca o facto:
Em 1964 acontece uma viragem nos interesses espirituais e intelectuais do casal. Em Agosto vão a Balasar, depois de lerem no Boletim Salesiano o Caso de Alexandrina. Encontra-se ali o Pe. Humberto Pasquale, mergulhado no trabalho de preparação do Processo Informativo Diocesano. Tem um encontro encantador com Chiaffredo, e pede-lhe ajuda. Vendo-o entusiasta, encarrega-o de difundir na Itália o conhecimento daquela grande Serva de Deus.
Ardendo na mesma chama de amor, os dois cônjuges dedicam-se de alma e corpo a esta empresa, principiando logo a estudar a língua portuguesa, por sorte neo-latina!
Visto o zelo, o P.e Pasquale convida-os a traduzir os cinco grossos volumes dos “Sentimentos da Alma”. Assim começa a sua obra de difusão. Todas as suas energias são lançadas àquela fornalha que os inflama sempre mais: sentem que aquela é a missão que Jesus lhes confiou.
Os cinco grossos volumes dos “Sentimentos da Alma” são umas 3.000 páginas A4, a passar!
As obras preparadas por este casal, primeiro, e actualmente só pela Prof.ª Eugénia são 14, já publicadas, e espera-se para breve a saída da 15ª. Vou agora dizer umas poucas palavras sobre algumas em particular.
O livro Figlia del Dolore Madre di Amore (Filha da Dor Mãe do Amor), saído em 1993, é muito grande: 768 páginas. A Prof.ª Eugénia prepara actualmente a sua segunda edição. De algum modo esta obra veio suceder ao Cristo Gesù in Alexandrina, do P.e Humberto, esgotado, que ainda era um pouco maior. Só o facto de a editora aceitar a reedição prova já o seu valor.
Uma outra obra marcante foi Solo per Amore! (Só por Amor!), saída em 2006. Nós, os colaboradores do Sítio Oficial da Beata Alexandrina, traduzimo-lo primeiro para português e depois para inglês e francês. Recordo-me que na altura gente conhecedora que o leu classificou-o como um futuro clássico da mística. Deve estar também traduzido para tailandês.
Um outro livro que traduzimos foi Alexandrina, Voglio Imparare da Te (Alexandrina, Quero Aprender contigo), saído em 2004; está traduzido para português, para espanhol, inglês, francês e ainda, ao menos em parte, para esloveno e alemão. Está anunciada a sua tradução para letão.
Um livro que a mim particularmente me encanta é Anima Pura Cuore di Fuoco (Alma pura Coração de Fogo): é pequenino e constituído por pequenas frases ilustradas por belíssimas aguarelas. Foi traduzido para português e inglês e posto em Power-Point. Recentemente, nos EUA, puseram-no em linha.
Há outros livros que mereciam referência, mas vamos ficar por aqui, desejando que a Prof.ª Eugénia ainda continue muito tempo connosco.
Como ela não aceita nenhuma homenagem, pediu-se a várias pessoas que lhe escrevessem, individualmente. É um modo de lhe trocar as voltas. Esperemos que não tome a mal…
Lembrando-a, lembro também todos os que escreveram sobre mesmo tema, e que são já muitos: é uma corrente de escrita em que se fala sempre duma poveira. O P.e Mariano Pinho foi o primeiro, depois o P.e Humberto Pasquale, depois vários outros, quase sempre estrangeiros.
Curiosamente, quem procurasse as obras de Eugénia Signorile não encontrava quase nada: ela, agora, e, antes, em colaboração com o marido, atribuíram sempre a autoria dos livros à Beata Alexandrina. O P.e Humberto Pasquale também já tinha começado a fazer assim.
A Prof.ª Eugénia define-se como uma mineira que procura pedras preciosas nos escritos da nossa Beata e compõe com elas livros sucessivos. Já se vê aqui a razão de não assumir a autoria deles.
Antes de falar desses livros, convém recordar que ela e o marido, o Prof. Chiaffredo Signorile, ensinaram em Milão, no Liceu Beccaria: eram professores de Matemática e Física. Quem diria que se iam tornar autores de livros de mística?
Foi em 1964 que o P.e Humberto que os levou a dedicarem-se à Beata poveira. Veja-se como a Prof.ª Eugénia evoca o facto:
Em 1964 acontece uma viragem nos interesses espirituais e intelectuais do casal. Em Agosto vão a Balasar, depois de lerem no Boletim Salesiano o Caso de Alexandrina. Encontra-se ali o Pe. Humberto Pasquale, mergulhado no trabalho de preparação do Processo Informativo Diocesano. Tem um encontro encantador com Chiaffredo, e pede-lhe ajuda. Vendo-o entusiasta, encarrega-o de difundir na Itália o conhecimento daquela grande Serva de Deus.
Ardendo na mesma chama de amor, os dois cônjuges dedicam-se de alma e corpo a esta empresa, principiando logo a estudar a língua portuguesa, por sorte neo-latina!
Visto o zelo, o P.e Pasquale convida-os a traduzir os cinco grossos volumes dos “Sentimentos da Alma”. Assim começa a sua obra de difusão. Todas as suas energias são lançadas àquela fornalha que os inflama sempre mais: sentem que aquela é a missão que Jesus lhes confiou.
Os cinco grossos volumes dos “Sentimentos da Alma” são umas 3.000 páginas A4, a passar!
As obras preparadas por este casal, primeiro, e actualmente só pela Prof.ª Eugénia são 14, já publicadas, e espera-se para breve a saída da 15ª. Vou agora dizer umas poucas palavras sobre algumas em particular.
O livro Figlia del Dolore Madre di Amore (Filha da Dor Mãe do Amor), saído em 1993, é muito grande: 768 páginas. A Prof.ª Eugénia prepara actualmente a sua segunda edição. De algum modo esta obra veio suceder ao Cristo Gesù in Alexandrina, do P.e Humberto, esgotado, que ainda era um pouco maior. Só o facto de a editora aceitar a reedição prova já o seu valor.
Uma outra obra marcante foi Solo per Amore! (Só por Amor!), saída em 2006. Nós, os colaboradores do Sítio Oficial da Beata Alexandrina, traduzimo-lo primeiro para português e depois para inglês e francês. Recordo-me que na altura gente conhecedora que o leu classificou-o como um futuro clássico da mística. Deve estar também traduzido para tailandês.
Um outro livro que traduzimos foi Alexandrina, Voglio Imparare da Te (Alexandrina, Quero Aprender contigo), saído em 2004; está traduzido para português, para espanhol, inglês, francês e ainda, ao menos em parte, para esloveno e alemão. Está anunciada a sua tradução para letão.
Um livro que a mim particularmente me encanta é Anima Pura Cuore di Fuoco (Alma pura Coração de Fogo): é pequenino e constituído por pequenas frases ilustradas por belíssimas aguarelas. Foi traduzido para português e inglês e posto em Power-Point. Recentemente, nos EUA, puseram-no em linha.
Há outros livros que mereciam referência, mas vamos ficar por aqui, desejando que a Prof.ª Eugénia ainda continue muito tempo connosco.
Como ela não aceita nenhuma homenagem, pediu-se a várias pessoas que lhe escrevessem, individualmente. É um modo de lhe trocar as voltas. Esperemos que não tome a mal…
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