segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Duas caricaturas de educação n’Os Maias


É conhecido o tema da educação n’Os Mais. Está lá em paralelo a educação do Carlinhos com as do Pedro da Maia e a do Eusebiozinho. Nos dois casos são apenas caricaturas de educação.
Na do Carlinhos, falta a presença activa do carinho materno: falta uma mulher de bom senso, que aparasse as asas a Afonso da Maia e promovesse uma séria educação moral e religiosa do pequeno. Que atitudes primárias ali se vêem! Que idiotice mergulhar o pequeno em água fria numa manhã de Inverno!
Nas do Eusebiozinho e de Pedro da Maia, falta o contributo dum pai responsável, que abrisse às crianças as portas para um mundo mais vasto.
Nem todas as mães são beatas, como as familiares de Eusebiozinho, pois há muita mais vida para além da beatice; nem todos os pais são comodistas, passa-culpas como Afonso da Maia, que se demitiu de educar o Pedrinho.
A esposa de Eça, por exemplo, que era católica praticante, era uma senhora cheia de bom senso, activa, uma educadora exemplar.
A educação de Carlos é um fracasso semelhante à do Eusebiozinho e à do Pedro da Maia, pois não o dotou dum sistema de valores que o conduzisse na vida e fizesse dele um cidadão útil. Como o Ega reconhece, Carlos falhou (e o Ega também). E não falhou devido ao meio ambiente, falhou desde jovem, pois desde jovem foi um boémio, dado a amores adúlteros, sem nenhum respeito pela instituição familiar, que é basilar numa sociedade.
Esta caricatura cheia de pessimismo coaduna-se bem com o vencidismo que se apossara de Eça, manifestado no grupo dos Vencidos da Vida, a que ele pertenceu, se é que não promoveu.
Se estas duas caricaturas da educação em Portugal representassem a realidade nacional do tempo, então nós descenderíamos dum ou doutro dos resultados fracassados delas, inevitavelmente idiotas como o Carlinhos ou o como o Eusebiozinho.

Sem comentários: