A homossexualidade ou sodomia não é uma realidade nova na história da humanidade. O texto mais antigo que conheço, e que a assinala e condena, é a narrativa do Génesis sobre Sodoma e Gomorra. Mas ela existiu entre os gregos e entre os romanos antigos. E na sua pior forma, a pederastia, isto é, a homossexualidade com crianças.
Um conhecido texto romano onde ela se encontra é o Satíricon de Petrónio, que é manifestamente uma obra de marginal. Entre os gregos, há o caso da poetisa Safo.
Mas ainda assim nas obras dos grandes literatos e pensadores, quer gregos quer romanos, tanto quanto é do meu conhecimento, ela não aparece. E estou a pensar em Homero, em Ésquilo e Sófocles, em Platão e Aristóteles, e em Cícero, Virgílio e Horácio, etc., etc. É caso para dizer: uma andorinha - Safo e Petrónio - não faz a Primavera.
A meu ver, a manifestação homossexual pode ter duas origens, numa debilidade congénita ou num ambiente de permissividade.
Parece que de facto há pessoas incapazes de assumir com o outro sexo uma relação saudável e que precisam de ser ajudadas para superarem essa deficiência.
Essa atracção homossexual agrava-se naturalmente em meios unissexuais, como era o caso dos exércitos tradicionais, onde ela foi duramente reprimida.
Não há modernidade nenhuma na homossexualidade. Modernidade, aquela modernidade que é a medida mais justa do relacionamento humano de todos os tempos, é promover uma saudável relação entre os homens e as mulheres.
A narrativa de Sodoma e Gomorra parece-me muito curiosa sob alguns aspectos.
A pouca moralidade de certos textos bíblicos antigos é de molde a escandalizar-nos: as filhas de Lot embebedam o pai para poderem ter filhos dele, Abraão aceita sacrificar o seu filho único, isto é, matá-lo (embora não chegue a fazê-lo), etc. De facto, isso testemunha a inegável antiguidade dessas narrativas, que apontam para meios muito primitivos. Ora é num contexto de tão grande tolerância moral que se encontra a condenação mais radical da homossexualidade.
A determinada altura, alguns dos homens de Sodoma são castigados com a cegueira. De facto que maior cegueira pode haver que um homem olhar para outro homem e querer relacionar-se com ele como se ele fosse uma mulher? E o mesmo vale para a mulher em relação às outras mulheres.
No final do episódio os sodomitas são todos queimados por um fogo vindo do céu.
A sodomia é uma derrota. Um homem é para a mulher um complemento e a mulher é um complemento para o homem. É assim a nível biológico e a um nível mais amplamente humano. E é esta complementaridade que a homossexualidade põe em causa. Mas põe por exemplo também em causa, no limite, o futuro da espécie humana.
E no presente ela alardeada principalmente em países onde a baixa natalidade já é um sério problema.
Ao longo das páginas da Bíblia, tanto quanto me lembro, as referências à sodomia, depois do Génesis, só voltam a ocorrer de passagem nas Cartas de S. Paulo; isto é, com origem no mundo helenista. Ao chamar-se-lhe sodomia (de Sodoma), ela é repudiada nos mesmos termos da condenação dos sodomitas antigos.
Quando estudei o Fr. João de Vila do Conde, pude verificar que em Cota, a cidade imperial do Ceilão, havia graves problemas de sodomia. Creio que se tratava dum caso lamentavelmente exemplar. Por um lado, a permissividade que lá reinava ao nível do casamento era enorme e, por outro, a sodomia fora introduzida no país pelos monges budistas, o que me parece que confirma o que entendo sobre o assunto: que um ambiente permissivo e unissexual é o meio natural onde a moléstia se desenvolve e medra.
Ao longo da história europeia os assomos de sodomia foram sempre decididamente condenados. Só recentemente, com o decréscimo da influência cristã, é que se começou a dar a inversão de valores que hoje conhecemos. Curiosamente ela parece apontar para um momento de decadência moral com semelhanças relativamente àquele em que ela se tornou mais notada quer no mundo grego quer no romano. Neste sentido, parece-me um muito mau sintoma.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
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